O futebol tem códigos de conduta e o respeito desses códigos é uma premissa indispensável para a credibilização das competições. Benfica e Olhanense são duas instituições sérias, ninguém duvida, mas poderiam ter evitado a realização de um negócio, no dia de um confronto oficial. O Benfica deveria ter escolhido outra data. E o Olhanense também tinha a obrigação de recusar negociações, até à hora do apito final do árbitro. Jardel, defesa central cujas qualidades muito aprecio, acabou por ser a parte menos culpada de um episódio que não deveria ter acontecido, no dia escolhido pelos dois clubes. Quanto ao valor que o Olhanense recebe pela transferência de Jardel (75 mil euros), confirma a escassez de recursos dos chamados clubes pequenos. No fundo, o Olhanense foi uma barriga de aluguer de uma empresa que promoveu o jogador à custa do emblema algarvio. E no momento da transferência, o Olhanense fica de chapéu na mão, a receber uma verba que não chega para pagar um mês do orçamento e já sem contar com as despesas da água, telefone e electricidade...